quinta-feira, 9 de julho de 2009

Obras soltas de Azerion

Leve como o vento,
suave como uma pena que desliza no ar,
grita silenciosamente e chora de alegria,
exprime se através da dança,
que o faz como se fosse magia.

Dá um passo pequeno,
outro a acompanhar,
dança com o vento,
dança... e não deixa de chorar.

Repara que estou a olhar,
timida para de dançar,
escuta em seu redor,
não ve nada....
começa a corar.

Chamo pelo nome que sinto em meu coração,
responde me com ternura, carinho, paixão.
Fecho os meus olhos e mais uma vez a tento escutar,
abro outra ves com o silencio que agora se ouvia,
temia na verdade que a dança estivesse a acabar,
na verdade a minha musa já não se via e a sua memória no meu coração guardei com alegria.

Azy

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sem esforço, sem emoção, suprime o desejo e o poder de criação,
esconde-te debaixo das mantas, torna-te invisivel, sem problemas, sem preocupação.




Altares de barro,
pura das descrenças do crente,
de uma fé maior, de uma fé ardente!
Pega na caneta e escreve, 
antes que o vento a leve.
Deixa de crer no ser,
começa a pensar, ler, escrever...
E fogo ardente que arde e não se vê,
como quem não sabe ler mas sabe escrever.
Poder que a uma alma encanta, 
e que a muitas mais,
muitas mil, espanta.
leva o vento para onde ele vai,
pois para onde ele vai, toda a gente canta...

azy

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Obras soltas de Azerion (pesar o mundo)

Um dia tentei pesar o mundo, vi que em muitos pesava muito e que em poucos pesava pouco, alguns davam-lhe uma GRANDE importância outros a importância nem se via, o mundo era constante mas de pessoa para pessoa tornava-se inconstante, os cientistas falavam em Kilos os padres falavam em Deus, as pessoas correntes, correntemente não sabiam. Já não sabia por onde pegar, os mais novos falavam de vida para a frente os mais velhos de vida para trás, as pessoas na rua falavam em tempo e de como estavam atrasadas! Tentei falar com o mundo e ele simplesmente estava ocupado, tentei deixar mensagem mas nem isso acho que consegui, suspirei ao seu ouvido e esperei que acorda-se, mas dorme num profundo e eterno sentimento de paz, como pode ele dormir em uma altura destas? Pensei eu, mas acabei por julgar que ele não se importava do que as pessoas pensariam dele, de como ele lhes dava as coisas boas e más da vida, simplesmente desisti de o tentar pesar, cheguei a conclusão se o mundo não se importa de quanto pesa, por que eu me preocupar?

Azy

Obras soltas de Azerion 2

Perco-me em mim, pensamento atrás de pensamento, o vazio da minha mente completamente preenchido, aguento a respiração e faço força por não explodir, seguro com força o que me resta, não acredito que algum dia me encontra-se nesta posição, nesta sombra que cresce, que é ser humano. Já estou tão entrelaçado neste labirinto de dor que já não me sei descalçar, perco a visão do mundo e o poder dos sentidos já não sei realmente em que acreditar. Pego a minha mão olho-a com outro olhar, traço as linhas traçadas na minha palma e vejo que o meu futuro não está escrito, mas está a ser criado no momento, cada passo que dou cria-se tudo à minha volta! Um futuro no presente, e um presente a ser passado, sou forma ligada ao mundo que percorre milhas no pensamento.

 

Gostava de ser simples, mas simplesmente não o sou,

Gostava de voar, mas simplesmente por isso eu não posso lutar,

Gostava de lutar, mas a lutar simplesmente saberia que não ia ganhar,

Gostava de sonhar, mas tenho medo de dormir e com um pesadelo acordar,

Gostava de gritar, mas com tanta gritaria ia-me acabar por faltar o ar,

Gostava de rimar, mas parece que hoje não está lá muito a dar,

Gostava de pintar, mas sem as cores não há nada que eu possa embelezar,

Gostava chorar, mas se começar este rio nunca mais vai secar ,

Gostava de ser feliz, ser um dia aquilo que sempre quis.


Azy

Obras soltas de Azerion 1

Perco a fé nos meus passos, cada passo que dou mais escuro fica e o ambiente à minha volta se transforma, como se de uma bola de muitas cores este mundo se trata-se, cada cor um significado cada pessoa um ser, uma alma, eu? sem cor, sem gesto, sem emoção.

Perco a fé no meu ser a fé no meu mundo, ele cai perante mim e peça a peça como um puzzle por montar ele cai no vazio, pego pedaço a pedaço e construo de novo o meu mundo, cada vez perco mais peças e cada vez perco a fé de um mundo perfeitamente redondo, ficam sempre estas partes de fora, estas e aquelas...

quando volta tudo ao normal volta-se ele a cair, cada vez um objecto disforme mais pequeno, sem sentido, com menos cor, com menos brilho, choro de dor e grito por tudo aquilo por que lutei mas mesmo assim nao perco a coragem de juntar mais uma vez essas peças antes que caiam num abismo escuro e sem retorno. Procuro....

Procuro esperança no fim da linha, procuro que o mundo não se acabe e que a vida não perca cor, olho-me para dentro e vejo-me sujo vejo que estou cheio de terra e que é algo que não consigo tirar, não sei o que se passa, corro com a forma disforme nas mãos ao mesmo tempo que grito em desespero, não posso largar o meu mundo, penso eu, então eu paro...

Esta terra é o meu mundo, é por aqui que quero ficar, pois eu sou o meu mundo e cada um de nós é um mundo, um planeta com mais forma que o exterior, um mundo novo que todos nós temos a possibilidade de segurar e criar, e se um dia eu precisar de criar um mundo novo tudo o que eu preciso está dentro de mim









pois cada pessoa molda o seu mundo a sua maneira



largo a forma disforme que cai no vazio para nunca mais a encontrar.....

Azy