quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Obras soltas de Azerion 2

Perco-me em mim, pensamento atrás de pensamento, o vazio da minha mente completamente preenchido, aguento a respiração e faço força por não explodir, seguro com força o que me resta, não acredito que algum dia me encontra-se nesta posição, nesta sombra que cresce, que é ser humano. Já estou tão entrelaçado neste labirinto de dor que já não me sei descalçar, perco a visão do mundo e o poder dos sentidos já não sei realmente em que acreditar. Pego a minha mão olho-a com outro olhar, traço as linhas traçadas na minha palma e vejo que o meu futuro não está escrito, mas está a ser criado no momento, cada passo que dou cria-se tudo à minha volta! Um futuro no presente, e um presente a ser passado, sou forma ligada ao mundo que percorre milhas no pensamento.

 

Gostava de ser simples, mas simplesmente não o sou,

Gostava de voar, mas simplesmente por isso eu não posso lutar,

Gostava de lutar, mas a lutar simplesmente saberia que não ia ganhar,

Gostava de sonhar, mas tenho medo de dormir e com um pesadelo acordar,

Gostava de gritar, mas com tanta gritaria ia-me acabar por faltar o ar,

Gostava de rimar, mas parece que hoje não está lá muito a dar,

Gostava de pintar, mas sem as cores não há nada que eu possa embelezar,

Gostava chorar, mas se começar este rio nunca mais vai secar ,

Gostava de ser feliz, ser um dia aquilo que sempre quis.


Azy

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